Minhas dez regras para ser um escritor

Recentemente, em um dos vários cursos que estou fazendo, foi pedido um exercício onde deveria escrever as minhas dez regras para ser um escritor. Convenhamos, ser um escritor não se resume a um conjunto de regras, é muito estudo muito suor e principalmente muitos erros. Errar está na gênese de qualquer aprendizado. Mas fiz o exercício, criei as minhas três regras. Não são regras para se tornar um escritor, são minhas manias, meus vícios e o que dá certo comigo, o que gosto de fazer, elas estão listadas logo abaixo, gosto de ver a escrita como algo que me dá tesão, que faço por que preciso eliminar as voltagens do cérebro de alguma forma, aterrar minhas ansiedades. Leia cada uma delas despreocupadamente, se os sapatos servirem, podem calçar. Boa Leitura.

1. As descrições dos personagens ficam melhores se feitas por suas ações. Algo como: Entrou na loja e colocou seu chapéu sujo de terra no balcão, o cheiro estava forte, parecia que um cachorro morto havia sido jogado no prato dos fregueses. Escolheu uma cadeira e a encheu de poeira quando se sentou.

2. Diálogos: Nunca use a palavra – É isso mesmo! (ainda mais com exclamação). Parece que o outro não sabe o que dizer. Fico puto quando um jornalista usa esta frase.

3. Fuja da repetição de palavras. A menos que seja um diálogo e a pessoa esteja em uma crise emocional, ou você queira brincar propositadamente com isso, por exemplo: Disse, que me disse quando foi dito o que se diria quando se ditou a dita ditadura. Ou – O fosso, o fosso. Ele me persegue. O fosso, onde estará o fosso, quando acordo o fosso se funde aos meus pés…

4. Reticências… Sim é um vício e precisa ser controlado sempre.

5. Frases complexas demais que acabam perdendo o sentido. É preciso pensar na construção de cada frase, ver como ela se encaixa com a seguinte. O que eu faço: Deixo a mão correr e a ideia manchar todo o papel, como se estivesse bêbado. Depois volto e limpo o que é merda e repenso o que está confuso.

6. É tão fundamental como ter ideias. Tenho centenas de textos perdidos em algum lugar do planeta. Já achei pedaço de textos em meias (eram ruins não fizeram falta).

7. Sempre usar a técnica “Kwai Chang Caine”, para quem não sabe ou não se lembra era o nome do protagonista de Kung Fu, um seriado dos anos 70 – sim sou velho – ao final do episódio ele sempre andava, ou melhor vagava, pelo deserto deixando seus pensamentos voarem. Faço isso, não pelo deserto, mas perto de algum lugar onde venda café.

8. Não ter medo: Escrevo o que vier à mente, pode ser bom ou uma bosta. O grande trunfo é se distanciar do texto, se apresentar para alguém e ele falar que está ruim, é só conversar calmamente e perguntar o que ele viu de errado. É uma boa forma de entender como funciona uma cabeça que não é a sua.

9. Não seja Deus, é mais legal ver o ponto de vista do cachorro. Pontos de vista mais desfavorecidos rendem uma pegada mais humana, as limitações fazem um personagem crescer. Jamais criaria um personagem como o Goku.

10. Coerência: Depois que se monta as regras do mundo que você criou, elas são imutáveis, não volte atrás e crie uma nova regra para te tirar de uma enrascada na sua trama, é golpe sujo.

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