Vinte Poemas de amor e uma canção desesperada – Neruda

Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca ideias.

E quantas ideias podem caber entre essa letra maiúscula e esse ponto. Se for poesia, talvez nem ponto tenha. Se for Neruda, as ideias terão o tamanho de quem as ler.

Uma palavra gravada em tinta em um papel pode ir longe, além de quem as colocou lá. Lembro do filme O carteiro e o Poeta, que conta sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. Antes que perguntem: mas o filme não se passa na Itália?

Sim, por uma licença poética esta ficção foi transposta para uma ilha na Itália, onde Neruda teria se exilado.

Nesta ilha Neruda torna-se amigo de um carteiro que lhe entregava as correspondências tão esperadas de sua terra natal.

No filme a poesia e a amizade de Neruda contaminaram o simples carteiro, que também começou a escrever para conquistar o amor de sua vida. A consequência deste aprendizado foi que este mesmo carteiro, que antes aceitava o mundo como uma ordem concreta, começou a questionar seus dirigentes e a reclamar de seus direitos.

Não que alguém mude só por ler poesias, não que alguém mude só por ler. Mas ao parar e começar a ver o mundo de outra forma, seu desenho de realidade toma outros contrastes, e o que você carrega no seu coração, vai tomar o lugar de seus olhos e de sua cabeça.

Estes pode ser um dos efeitos colaterais de se ler Neruda. Portanto cuidado: em doses elevadas pode te fazer pensar coisas impensáveis e dizer coisas inaudíveis para quem tem como poder absoluto, a confiança em suas impunidades.

Pablo Neruda

Pablo Neruda nasceu Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto em 12 de julho de 1904, na cidade de Santiago no Chile. É considerado um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX.

Foi cônsul do Chile na Espanha e no México entre os anos de 1934 e 1938. Recebeu o Nobel de literatura em 1971.

Em 1936 com a Guerra Civil espanhola, Neruda é destituído do cargo de cônsul e escreve Espanha no coração.

Em 1945 é eleito senador, neste mesmo ano lê para mais de 100 mil pessoas aqui no estádio do Pacaembu, em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes. Cinco anos depois publica Canto Geral, e sua poesia se veste de uma intenção social, ética e política.

Em 1953 constrói sua casa em Santiago, apelidada de “La Chascona”, para se encontrar clandestinamente com sua amante Matilde, a quem havia dedicado Os Versos do Capitão.

Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de sua candidatura para que Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo.

Morreu em Santiago em 23 de setembro de 1973, de câncer na próstata.

Em 2011 um artigo recolheu declarações de Manuel Araya Osorio, assistente do poeta desde novembro de 1972 até sua morte, quem assegurava que Neruda havia sido assassinado na clínica com uma injeção letal.

Em fevereiro de 2013, um juiz chileno ordenou a exumação do corpo de Neruda, no âmbito de uma investigação sobre as circunstâncias da morte.

20 meses depois de muitos interrogatórios e perícias, Patrício Bustos, diretor do Serviço Médico Legal do Chile, deu a conhecer os resultados dos exames toxicológicos realizados nos EUA e Espanha, que descartaram que Neruda havia sido envenenado.

Polêmicas à parte, abaixo Vinte Poemas de amor e uma canção desesperada, boa leitura!

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Comments

    1. Milton Strassa

      Neruda é muito bom em todos os tempos, principalmente nesta época onde há mais ódio que poesia. Eu que agradeço por você vir ao meu canto e achar tuas leituras. Abraços.

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