As intermitências da morte – José Saramago

As intermitências da morte de Saramago foi o primeiro livro que li do autor. Confesso que demorei um pouco para me acostumar com o seu jeito particular de escrever.

Ele escreve como se fala, sem separações de parágrafos definidas ou mesmo de diálogos. Mas depois que engrenei na leitura, isto não fez a menor diferença, até ajudou no fluxo da história.

Mas do que fala o livro?

A história é bem interessante. Aparentemente a morte tem responsáveis por regiões, áreas específicas onde este representante atua com total poder sobre qualquer ser vivo que lá habite. Ela permite que ele morra e provavelmente faz todos os tramites post mortem da alma do indivíduo.

Neste caso, em uma região específica, ninguém mais morria. O que parece ser algo bom, já que morrer ninguém quer, se torna um suplício. Velhos doentes agonizam eternamente, o seu descanso eterno nunca chega.

Pessoas se descuidam dos cuidados básicos e não ligam mais se vão morrer ou não. Há a preocupação do governo com as taxas de natalidade, se ninguém vai e outros continuam chegando, onde vai caber tanta gente?

Chega um momento em que pessoas querem sair da região para poder morrer, e as fronteiras são fechadas para evitar um êxodo em massa.

Na segunda metade do livro a morte entra em cena, ela aparece como um ser humano, e fica claro a história acima, das separações de regiões. E ao que tudo indica ela não é castigada por distorcer a ordem natural das coisas.

Não vou contar muito do livro para não estragar a história, mas quando ela aparece, decide reorganizar a passagem dos defuntos, e no final algo surpreendente (fica na curiosidade).

Sobre a morte

A morte é um assunto recorrente na literatura. Qual escritor nunca se deparou com este tema, a filosofia do término, o fim da existência, o ralo de suas conquistas; é um prato cheio para qualquer um que se arrisque a contar uma história.

No livro fica claro que o ser humano não está preparado para a imortalidade. Acredito que nossa mente não suportaria a eternidade. Nem sei como é do outro lado, mas deve ser um tédio. Imagine seu espírito de frente ao abismo do infinito.

O que vou fazer hoje? Ah deixa para amanhã, ou para algum dia tanto faz, ainda vamos estar aqui.

Todos os nossos objetivos são poderosos, pois tem um prazo de validade.

A mulher que quer ser mãe, tem um prazo para fazer isto acontecer, não pode esperar ter cem anos para parir.

Uma carreira de sucesso, mesmo que comece tarde, precisa de um tempo para amadurecer e não é com oitenta anos que você vai querer sair da casca.

Somos todos filhos e escravos do tempo, medimos nossas conquistas pela força de nossas pernas.

A gadanha da morte é a nossa linha de chegada, o que fizermos ou deixarmos de fazer, morre no fio de sua foice.

Caros abaixo duas opções de leitura, pode baixar o PDF, ou comprar o livro físico. Que a morte esteja contigo.

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