“Melhor reinar no inferno, que servir no Céu” A famosa frase de Milton cruzou séculos e marcou seu poema épico “Paraíso Perdido”. Há uma controvérsia entre estudiosos sobre Lúcifer ser ou não o herói da história.
Afinal o que seria um herói, na sua concepção? Alguém além do bem e do mal, altruísta, que luta por causas perdidas, que mesmo em face da derrota, não desiste.
Lúcifer se enquadraria em algumas destas características, no entanto seria um herói. E uma história épica precisa de um herói? Talvez sim. Mas na minha opinião, o que uma boa história precisa realmente é de um bom protagonista.
Nesta ótica, Lúcifer é este protagonista, o anti-herói, o catalisador de todas as ações. Vale lembrar que esta obra foi escrita há mais de trezentos anos, em uma época onde a religião católica era muito mais influente que hoje.
Falar de Deus e Diabo, revolução dos anjos, o pecado original, não era fácil, ainda mais escrever uma obra inteira. E foi o que John Milton fez em seu “Paraíso perdido”.
O poema foi escrito originalmente em dez cantos e posteriormente republicado em doze. Fala, obviamente, da revolução celeste liderada por Lúcifer e sua horda angelical e de sua posterior derrota.
Ao serem banidos para o Inferno, Lúcifer líder dos proscritos, passa a se chamar Satanás, que significa o adversário em Hebraico. Em meio ao caos do submundo ele toma conhecimento do homem e decide corromper a criação divina, afastando-o assim do criador.
Seduzindo Eva, parceira de Adão, a faz comer do fruto proibido. E ela se encarrega de fazer o marido também comer da fruta (desde aquela época os maridos tinham pouca ou quase nenhuma influência no relacionamento).
Deus, expulsa ambos do paraíso, e o jovem casal sem casa, vai viver a vida cheia de dores, sofrimento e necessidades (hoje chamamos isso de vida adulta).
O Paraíso que se perdeu
O poema de Milton é cheio de metáforas e significados, Lúcifer representa todo um sentimento primitivo de liberdade, corrupção, intriga e inspiração. Frases que dificilmente aparecem juntas em um só personagem.
A forma como ele se organiza e luta contra o ser supremo, mesmo sabendo que é uma batalha perdida. Afinal Deus só criou tudo o que existe!
Mas esta criação é contestada. Ele e os anjos que o seguem se consideram autocriados, portanto além dos domínios do senhor.
Lúcifer recria e subverte a lógica, cria sofismas, destrói conceitos e leva para o fundo todos que inocentemente se apoiam em seus ombros (não, ele não é um político).
Se Deus cria. Sua missão é o oposto, é desconstruir, deformar, redirecionar para o nada o lugar comum.
Este é Lúcifer o primeiro antagonista que protagonizou uma história.
John Milton
John Milton nasceu em Londres em 1608. Em 1642, aos 34 anos, casou-se com Mary Powell, de 17 anos. Ela o abandonou em um mês, retornando dois anos depois. Após a morte da esposa, com 27 anos, em 1652, Milton voltou a contrair núpcias outras duas vezes. Destas uniões nasceram 7 filhos.
Seu “Paraíso Perdido” (Lost Paradise), de 1667, é um dos clássicos da literatura mundial. Inspirada na peça teatral Adamo Caduto, composta em 1647 pelo padre Serafino della Salandra, foi retomada pelo autor em “Paraíso Reconquistado” (Paradise Regained).
Cego e empobrecido, o autor do Areopagitica, por uma destas inexplicáveis ironias da vida, vendeu o copyright do “Paraíso Perdido”, em 27 de abril de 1667, por £10.
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