Havia um cozinheiro de rua, destes que tem um carrinho e prepara comida meio pronta, que enquanto cozinhava contava histórias. Falava dos calamares que voltaram para o mar depois de se cansarem de viver no calor da terra. História de quando todos os homens eram negros e depois se desbotaram ao viajarem para as terras mais frias. Falava das mulheres que viviam em uma região entre a China e a Rússia que usavam o seu próprio leite para preparar os melhores doces do mundo.
As crianças ouviam as histórias que pareciam não ter fim. Uma, a mais curiosa, arriscou perguntar:
— Quantas histórias o senhor sabe?
— Sei exatas novecentas histórias, e quando contar a última vou me sentar bem aqui neste chão e morrer.
— Então pare de contar assim viverá para sempre.
— Se parar a minha cabeça vai inchar, inchar e explodir. As histórias vão voar sem ter uma boca para contá-las e consequentemente nenhum ouvido para ouvi-las.
A criança parou por um tempo e depois desse tempo chegou a uma conclusão.
— Deve ser triste saber que um dia vai morrer.
O homem parou de fazer o que fazia e sentou do lado da criança. Com a mão cheirando comida limpou o que podia no avental, o cheiro ficou.
— Quer saber de uma coisa pior que a morte?
— O que pode ser pior que a morte?
— Uma vida que se passa sem ter o que contar.
E a criança ficou calada por um tempo, um tempo que os dois ficaram sentados no asfalto, em silêncio. Até que a criança resolveu falar.
— Me conta uma história?
E o homem chegou mais para perto, o cheiro de comida ainda estava lá. Sorriu e contou a sua última história.
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