Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa

Quando estava de frente a este livro, pensei: O que escrever de Guimarães Rosa e sua maior obra “Grande sertão Veredas”, que já não foi escrito?

Para começo de conversa, não é uma obra tão inatingível como se pensa de um grande romance. Tem palavras desconhecidas, sim tem.

Mas elas no decorrer do texto acabam por se tornar familiares, você realmente entra no sertão e na prosa de Riobaldo, o narrador-personagem do livro.

Riobaldo conta suas histórias de vingança, lutas, perseguições medos e amores. Fala também de um possível pacto com o demo para vencer seu maior inimigo Hermógenes, na verdade ele discursa na possibilidade de existir ou não o demo, pois se este não existir, nada será devido.

“Grande Sertão: Veredas” é grandioso como toda obra deste porte o é, mas também é imprescindível, sua leitura passa pela vida, conversando com todos os conflitos e encruzilhadas que chegam a ser diabólicas, em uma construção e destruição eternas de vivências.

Riobaldo confessa ao compadre Quelemém a sua mais que amizade com Diadorim, filho de Joca Ramiro. Para Riobaldo esta amizade vai além do normal, de cabeça guiada pelo capeta, ele a vê como amor.  E jagunço com jagunço, não podem se amar.

E de novo tem um mas, Diadorim não era homem, mudou de gênero quando criança. Era um menino preso em um corpo errado, e por decisão própria, mudou-se.

A paixão de corpo não conhecia consciência nem pensamento nem vontades. E essa foi a maior luta de Riobaldo.

O que se lê mais de uma vez é “Viver é muito perigoso”. E Guimarães Rosa estava certo. É um tudo que se mistura a cada segundo de existir, mudando as formas de pensar e te levando para longe de onde estava, ou se achava seguro.

“Grande Sertão: Veredas” é uma obra vital.

 

Guimarães Rosa

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) a 27 de junho de 1908 e era o primeiro dos seis filhos de D. Francisca (Chiquitinha) Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, mais conhecido por “seu Fulô” comerciante, juiz-de-paz, caçador de onças e contador de estórias.

Realismo mágico, regionalismo, liberdade de invenções linguísticas e neologismos são algumas das características fundamentais da literatura de Guimarães Rosa, mas isto é muito pouco para descrever a abrangência deste escritor.

Guimarães Rosa prova o quão importante é ter a linguagem a serviço da temática e vice-versa, uma potencializando a outra. Nesse sentido, o escritor mineiro inaugura uma metamorfose no regionalismo brasileiro que o traria de novo ao centro da ficção brasileira.

Guimarães Rosa também seria incluído no cânone internacional a partir do boom da literatura latino-americana pós-1950.

Em 1967, João Guimarães Rosa seria indicado para o prêmio Nobel de Literatura. A indicação, iniciativa dos seus editores alemães, franceses e italianos, foi barrada pela morte do escritor.

E se tinha algum escritor brasileiro que merecia ser o primeiro nobel da nação, este seria Guimarães Rosa.

Abaixo, o livro. Leia com carinho e aprofunde-se neste sertão sem fim.

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