Para que servem os escritores?

Lá fora percebi o respeito que eles têm pelos escritores, não que não tenhamos pelos nossos, mas lá eles realmente são ídolos. Cheguei a ver frases de Cervantes nos metrôs da Espanha! Livrarias eram como shoppings centers. Na Argentina os cafés frequentados por escritores como Borges têm estátuas nas mesas onde eles costumavam ficar para escrever.

Recentemente Gabriel Garcia Marques foi homenageado pela cidade do México com um metrô que leva o nome e a imagem do escritor. Ele se junta assim às outras personalidades como Octavio Paz e Juan Gelman. O Sistema de Transporte Coletivo da capital (STC) anunciou que presta a homenagem póstuma a um homem que, “além de entregar ao mundo sua obra literária, foi morador da Cidade do México nas últimas décadas da vida”. Além do nome e da imagem do Nobel de literatura, que morreu em 17 de abril aos 87 anos, o trem mostra também “Macondo”, em homenagem à cidade em que se passa o romance “Cem Anos de Solidão”.

Uma homenagem bastante comum em países com uma população de leitores.

Não desmerecendo os nossos escritores. Aqui também temos nossas homenagens, estátuas com Drummond, Manuel Bandeira estão aí, apesar do vandalismo de algumas pessoas que não fazem ideia de quem está sendo homenageado ali naquele local. Mas o que percebo entre nós é que falta um sentimento de orgulho. Poucos citam Bilac, Bandeira, Castro Alves, neste repertório bom nomes não falta. O que falta é gente carregando eles no coração como carregam Didi, Pelé, Garrincha e mais recente Ronaldo, Neymar e quem mais for a bola da vez. Somos um país de futebol? Tudo bem, mas não podemos ser também um país de leitores com seus ídolos?

Orgulho puro e simples é disso que precisamos. Você gostar de algo porque aquilo é bom, porque mudou a sua vida. Baixar um pouco a guarda por viver em um país onde todos querem levar a melhor não dependendo do caminho que precise passar e simplesmente gostar.

Neymar pode existir, Pelé? Se te faz feliz ótimo, vai com fé. Mas não pode ser só isso, é bom ter orgulho por pessoas que fazem ideias, que questionam que pensam no sentido de tudo que faz parte das nossas vidas. Foi assim com Castro Alves e a escravidão, não foi ele quem assinou a lei Áurea, mas fez muita gente pensar. A escravidão não foi embora com uma assinatura? Não é assim que as coisas funcionam uma ideia ter que estar girando nas cabeças para fazer efeito, não deixar de pensar, conversar com o cara do seu lado e ter suas ideias também mudadas, por que não?

Escritores são estopins, a bomba explode mais tarde, às vezes séculos mais tarde.

É assim que as coisas deveriam funcionar: – Não sei qual é a verdade, mas também quero falar!

Gostaria de ver algum novo escritor levantando temas que tiram as pessoas do lugar, seja ele negro, branco, oriental, Judeu ou nada disso.

Nos contemporâneos temos aqui a Adélia Prado que também compartilha este sentimento de vazio. Assistam a esta entrevista com a escritora no Roda viva.

 

httpv://m.youtube.com/watch?v=ReColTs_Npg

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