As Meninas – Lygia Fagundes Telles

Por questões de calendário, o anúncio do Prêmio Nobel de Literatura 2016 será anunciado no dia 13 de outubro, depois do feriado.

Entre os indicados está a “nossa” Lygia Fagundes Telles. A indicação feita pela União Brasileira de Escritores elegeu a escritora por unanimidade.

Ela foi indicada pelo conjunto da sua obra. Vamos ficar na torcida, caso ela ganhe será o primeiro Nobel brasileiro da história, e o prêmio fica ainda mais significativo por ser uma mulher.

A competição será acirrada, e qualquer prognóstico é incerto. O favorito é o japonês Haruki Murakami, entre os candidatos estão: Salman Rushdie, Mia Couto, Amos Oz e Milan Kundera. A briga é literalmente de cachorro grande.

Mas como a esperança é a última que morre, vamos cruzar os dedos e torcer. Se há alguém que mereça este Nobel, é a Lygia Fagundes Telles.

 

As meninas

Para mandar boas energias, e homenagear a Lygia, selecionamos o livro “As meninas” de 1973, que rendeu a ela o prêmio Jabuti.

O romance fala de três jovens: Ana Clara, Lia e Lorena, que vivem em um pensionato de freiras em São Paulo. A história acontece durante a ditadura brasileira.

A história é contada em primeira pessoa. O foco narrativo muda constantemente entre as meninas. Desta forma Lygia consegue mostrar as diferenças e sonhos de cada uma delas. É como se histórias diferentes fossem vividas ao mesmo tempo.

Fica um pouco difícil no início se localizar nesta “dança de personagens,” mas conforme a leitura vai se desenvolvendo o texto fica mais fluido.

Lorena é a culta. Filha de burgueses é a sonhadora. Possui passado trágico, após a morte de seu irmão seu pai foi para um sanatório. Ela se apaixona por um homem casado.

Ana Clara é uma modelo, divide-se entre o noivo rico e um amante traficante. ua mãe era prostituta e quando menina foi abusada sexualmente.

Lia, baiana filha de pai alemão, vai para São Paulo estudar Ciências Sociais. Seu pai é um ex-militar nazista. Durante seu curso se envolve com a militância política contra a ditadura. Seu amorado é preso.

Cada uma destas personagens seria sozinha um bom tema para um livro. Lygia conseguiu reunir todos estes personagens no pano de funda da ditadura, e de uma forma inteligente expôs a barbárie que foram estes anos negros da nossa história.

No livro ela teve, em plena repressão, a coragem de descrever uma sessão de tortura. Lygia Fagundes Telles não cutucou só a onça com vara curta, ela entrou no meio de centenas e chutou a bunda de cada uma delas.

O livro foi um dos mais aplaudidos pela crítica e também um dos mais populares da escritora.

Com esta obra vamos ficar aqui, esperando e torcendo para que este primeiro Nobel vá para as mãos de uma escritora tão profunda, desafiadora e espetacular.

Que a menina nos traga este prêmio único para os brasileiros. Competência não falta.

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