Na rua, de carro, paro antes da faixa e deixo os pedestres andarem. O sinal abre, os pedestres continuam atravessando. Eles devem ter mais pressa que eu. Os carros detrás buzinam, também estão com pressa. O que posso fazer? Atropelar não é uma opção. Fico pensando na vida enquanto os que andam não param de andar e o que buzinam, buzinam ainda mais.
É a vida empurrando a gente. Será que macacos na Malásia têm problemas com a vida empurrando pra frente todos os dias, digo, será que eles não podem ficar um tempo parados, vendo a vida passar? Vai à frente, daqui a pouco te encontro lá!
Acho que até os macacos da Malásia tem de por comida na mesa, ou seja lá o que usarem para por comida, o fato é, até eles precisam ganhar o dia. Correr atrás de suas macacas para não ficarem sozinhos, correr atrás de comida para não ficarem com fome e também correr de seus predadores, para não saciar a fome de quem tem mais fome que eles.
E é isso o negócio da vida, empurrar tudo para frente, ficou parado? Passa por cima!
Reclamamos do dia a dia corrido, da vida selvagem das cidades. Só não vive esta vida quem já se deitou, fechou os olhos e abraçou a irmã chata desta tal vida.
E as pessoas ainda não pararam de passar. As buzinas ainda estão lá. Será que depois da morte ainda tem gente buzinando para nos obrigar a seguir enfrente?
Vai à frente, daqui a pouco te encontro lá!
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